domingo, 25 de setembro de 2011


Encontro você no desencontro,
Em uma lembrança antiga
A muito já esquecida.
Encontro você em dia de sol,
No ritmo lento do vento.
Você está na graça sem graça
De um café sem compromisso.
O desencontro é um encontro que ainda não aconteceu.
Uma espera,
Uma esperança que o pensamento realize as expectativas sonhadas.
Ana Motta

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Precisamos, temos que ter
É tempo para viver.
Plantar horas para
Retardar o tempo.
Precisamos de talento
Para contorcer os momentos.
Não é tarde para escolher
O vento e partir sem rumo
Ao porto sonhado.
Lugar por lugar, segundos
Antes selecionados.
Precisamos decidir
Pela razão de existir.
Anamotta
Gosto das beiras de estrada,
Dos cantos de mato,
Dos riachos pequenos
Quase sempre serenos.
Gosto do gosto do vinho
Na boca do

além.
Além da relva gelada,
Do entardecer sem ser.
Gosto agora sem demora.
Gosto do bom gosto,
E do rosto de quem me faz bem.
Anamotta

sábado, 17 de setembro de 2011

Talvez não seja tão mal
Deixar que a vida aconteça .
Deixar a briga no meio,
Voltar de novo ao começo.
Desistir sem resistir,
Retomar, retornar,
Retroceder, ceder.
Perceber que não vale apena
Sem pena.
Anamotta


Vasto e silencioso são os momentos breves,
Em tudo se parecem com o entardecer.
Momentos de se perder no abismo e se encontrar
Na planície dos desejos não concretizados.
Silenciosas mortes.
Os abismos são encantadores e misteriosos,
Povoados de olhares curiosos e perdidos.
Um espaço vazio cheio de sedução, que guarda cuidadosamente nossos medos
Sonhos, temores e dores.
Perdidos em nossos abismos nos encontramos
Em um breve momento silencioso.

Anamotta

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Do inverso de tudo,
Do nada criado
Se faz o todo.
O tempo as avesas,
Tudo se perde nas horas vividas,
Tudo se vive nas horas perdidas.
O novo é velho, e o velho é novo no fim dos tempos.
A vida se desfaz no cotidiano das horas.
O sonho se refaz no tempo sem tempo.
Ana Motta
As perguntas mais simples,
As coisas mais óbvias,
As idéias mais baratas
São sempre as mais díficeis
De serem percebidas.
O poder e a grandiosidade nos cegam
E cegos achamos ver tudo!
Numa insistência quase insana
Vagamos no conhecimento
Quase oculto.
É preciso ver e saborear os mistérios.
É preciso apreciar e festejar o comum.
Compreender o abstrato.
Soletrar , ignorar, aplaudir e rir!
É preciso ir para rua de alma nua.
Olhar a estrela que flutua
E sentir saudades tuas.
Ana Motta

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Começo a gostar mais da vida e ela de mim.
A pensar mais no hoje, sem tanto amanhã.
Começo a querer mais horas no dia,
E menos falta de tempo.
Começo a querer a essência do momento eternizado,
E a buscar o gosto bom da existência, começo a pensar mais e a racionalizar menos.
Menos o que me escraviza
E bem mais do que me faz feliz.
Anamotta


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Enquanto a vida vai
Eu espero.


Espero um dia de paz, um amor que não se desfaz.
Espero o tempo eterno de um breve minuto de felicidade,
Espero a certeza de um belo por de sol.
Enquanto a vida vai eu fico.
Fico sem esperança,
Esperança de um novo amor.
Esperança de paz sem preconceito.
Esperança que a vida espere eu me refazer,
Eu voltar a crer,
Sentir,
Sorrir.

Ana Motta


É Preciso reinventar o tempo.
Buscar você nos momentos,
rever novamente o passado,
existir no inverso das horas.
Tudo ainda a fazer, um novo lazer
um canto cheio de encanto para estar,
um alguém nunca amado para amar.
um céu estrelado nunca antes observado para olhar.
É preciso estar aberto para incerto, e fazer tudo certo.
Deixar ficar, sem marcar,
deixar passar....

Ana Motta